Comentário ao vídeo de André Abdelnor (sobre perenialismo)

Ao minuto 4:30 o Sr. André Abdelnor propõe a ideia de que a admissão do conteúdo da fé tem na santidade um acidente, porque é possível admitir a fé (e nisso ser um membro da Igreja) e não ter a posse da santidade enquanto qualidade da alma. Ora, embora essa tese seja estritamente compreensível, ela tem um valor precário; porque o se desviar da santidade é uma profissão de fé degenerativa. Disso decorre que o pretender corrigir os outros a respeito de algum ponto da revelação é conversível com se apresentar de modo relativo como mais santo. O único reparo a isso é que quanto mais a revelação é bem compreendida, mais a auto-indulgência da admoestação é apequenada, com o apequenar as duas faces da mesma moeda que são a humildade e a arrogância.

Essa consideração de si é suficiente para indicar que o Sr. Abdelnor tem o hábito de abordar assuntos desde um ponto de vista externo e precário, ademais sem o pressentimento disso.

Ao se referir ao procedimento de excomunhão da Igreja dirigido a hereges públicos (cerca de 5:45), como opostos a demais pecadores públicos, o Sr. Abdelnor estranhamente sugere que a Igreja via de regra excomunga hereges por uma sentença ou decreto de excomunhão; quando isso está longe de ser verdadeiro. Essas censuras têm um fim disciplinar, e por isso mesmo visam um efeito estereotípico e indireto; justamente porque a sua banalização lhes tiraria a gravidade, conforme observa o canonista Charles Augustine. Essa abordagem pode ter a aparência de um lapso pouco significativo, mas ela indica uma continuidade do hábito de abordar assuntos desde um ponto de vista externo e estereotípico; um hábito que supõe uma não preparação no âmbito sutil-contemplativo. Note-se que o erro em questão dá ao pecado da heresia (do desvio em relação a fé) a aparência de ter como propriedade a sua manifestação pública ostensiva, porque o Sr. Abdelnor parece opor a heresia pública (foro externo) ao pecado íntimo (foro interno); o que sugere uma obstaculização de noções, e. g. que a heresia oculta alija da Igreja, que o Direito prevê dispensa para a dissipação do decreto de excomunhão latae sententiae desde o foro confessional em certos casos etc. De outro lado associar os pecados privados não relativos ao rejeitar a revelação a algo ordinariamente apartado do foro externo tem um valor estritamente estereotípico, porque o clérigo pode ser deposto pela sua conduta pública de modo geral, e um pecador público pode ser submetido à “excomunhão menor”, um tipo de decreto em desuso modernamente, mas que tem continuidade relativa, e portanto pode ser aplicado a qualquer momento, com o decreto de excomunhão ordinário.

O Sr. Abdelnor parece não atinar que associar a profissão de fé ao foro externo (mesmo relativamente) é uma abordagem que desencaminha, na medida em que obstaculiza a percepção de que a profissão dogmática transcende os dois foros (externo e interno); assim como o intelecto humano transcende a construção raciocinante e a percepção sensível. Isso por si é suficiente para fazer concluir que o Sr. Abdelnor tem uma noção pejorativa do que seja o dogma; provavelmenta na esteira de ele estar pouco familiarizado com a diferença entre a linguagem ordinária e a linguagem sacra, esta conversível com a linguagem do simbolismo sacro. Isso é tanto mais significativo por causa do se deter em condenar o farisaísmo antigo (a despeito da fachada de conservadorismo deste), da parte do Sr. Abdelnor, se o farisaísmo guarda correspondência justamente com um apego à construção raciocinante (foro externo), como oposta ao “sensualismo” dos saduceus (percepção sensível e foro interno).

O Sr. Abdelnor diz que a diferença específica da doutrina perenialista no se fazer uma escola, não é a sua doutrina intrínseca, mas a sua formalização. Entretanto, essa diferença específica é mencionada de modo vago, e jamais qualificada ulteriormente; o que é perfeitamente decorrente de o Sr. Abdelnor não ser capaz de compreender o tipo de linguagem envolvida, e o recurso retórico usado para a formular.

Diz o Sr. Abdelnor ao minuto 13:00: “Essa escola de pensamento [perenialismo] ela afirma que existe no núcleo de todas as religiões ‘ditas tradicionais’ um esoterismo sapiencial que seria a gnose pura e simples, a verdade nua e supraformal. Então estaria escondido por detrás de formas tradicionais, no núcleo de cada doutrina tradicional, um acesso a esse esoterismo sapiencial, que conferiria a divinização.”

O Sr. Abdelnor deixou no ar essa declaração, uma vez levada a cabo, passando para um recuo descritivo de qual é a “posição católica”, como oposta à “posição perenialista”. Ele se escusou, portanto, de explicar o que é, para o perenialismo, a qualidade “supraformalidade”, tanto quanto a qualidade “divino”; qualidades cuja definição a esmagadora maioria da audiência do Sr. Abdelnor, junto (aparentemente) com ele mesmo, ignora de todo. Ora, alguma familiaridade com a escola perenialista, qual eu assinalei em texto anterior, é suficiente para fazer atinar que a linguagem própria do perenialismo é a linguagem do simbolismo sacro, uma linguagem imune à investigação dialética de definições, justamente porque o simbolismo sacro é o princípio das definições ordinárias. Desejar que um simbolismo sacro seja definido é como desejar que o ponto central de uma circunferência figure na própria circunferência. O artifício retórico criado por René Guénon, e a essência mesma da escola perenialista, é dar a impressão de que o simbolismo sacro pode ser definido, por meio de uma instrumentalização da linguagem acadêmica europeia e de qualificações negativas. O perenialismo, portanto, é uma espécie de manual de etiqueta, de modo mais literal do que analógico, que usa da linguagem profana ordinária para descrever desvios cognitivos e discursivos que essa linguagem ordinária engendra, em articulação com a situação de discurso a que ela continuamente alude. Como a etiqueta, a linguagem perenialista tem a aparência superficial negativa ou crítica, e um caráter positivo de fundo, que permanece tanto mais sutil e impalpável quanto mais esse fundo está associado ao que é próprio da linguagem do simbolismo sacro.

Nesse sentido, não pode deixar de ser desencaminhador o retratar o perenialismo, como faz o Sr. Abdelnor, por meio de apresentá-lo como uma escola fundamentalmente propositiva, a saber, associável enquanto escola à proposta de que as religiões têm um núcleo comum esotérico, etc. O que a linguagem em questão quer dizer (na sua externalidade, como oposta ao seu âmbito de fundo e em íntima relação com este), é que a ideia de que cada tradição religiosa possui em relação às demais o caráter de um puro desvio idiossincrático (como sugerido por autores ateus como Henry Louis Mencken) é uma ideia superficial e supersticiosa; o que se vê pelo simples fato de Orígenes e Clemente de Alexandria terem formulado teses relativas a filosofia da história baseados na tradição grega, e na continuidade relativa entre essa tradição e o cristianismo. É (a ideia sugerida por tipos como Mencken) na verdade uma ideia que quase equivale a supôr que porque a doutrina hindu possui a integralidade da doutrina sobre as categorias (qual existe em Aristóteles), embora desde uma outra linguagem e desde outro idioma, a obra Aristotélica não realmente contêm a doutrina das categorias. É claro que essa abordagem perenialista, na sua externalidade, é suficiente para sugerir o seu fundo mais inteligível, mas é desencaminhador confundir os dois planos, e supôr que a passagem de um a outro plano não exige uma cautelosa consideração. Tanto é assim que René Guénon se esquivou, em mais de uma ocasião, e desde mais de um problema específico, de concluir da consideração a respeito dessa tese sobre o “núcleo esotérico”, que essa ou aquela religião, tida por tradicional, adquiriu o caráter histórico de uma degeneração. Isso por si mostra que essa tese (no seu fundo mais inteligível) não tem nada a ver com tais considerações contingentes ou externas, assim como a filosofia da história de Clemente de Alexandria a respeito da tradição grega; como distinta da crítica cultural de Agostinho ao paganismo seu contemporâneo (os espetáculos públicos etc.).

A noção de que exista um esoterismo cristão foi suficientemente defendida por São Gregório Nazianzeno (ver Oração XXVIII), que é um doutor da Igreja que tem uma posição bem especial entre os teólogos cristãos; na medida em que ele apresentou como disciplina eclesiástica a proibição de abordar qualquer assunto, sem qualificação, diante de pessoas cuja condição espiritual não é propícia, e mesmo apresentou a proibição de abordar certos assuntos publicamente de modo ordinário, e de todo (não por causa da irrespeitabilidade de tais assuntos, mas justamente por causa da sua sublimidade). É uma perfeita ilustração de que o Sr. Abdelnor ignora esse aspecto da revelação cristã, que ele não tenha, generoso para com a audiência e a etiqueta, sugerido que o fim último da iniciação cristã (um assunto ligado de modo íntimo ao tema do perenialismo) é um assunto delicado e necessariamente profanado por um discurso popularizador, o qual é infelizmente precisamente o tipo de discurso no qual ele se engajou ao atacar o perenialismo.

Diante da tarefa de examinar a palestra do Sr. Abdelnor até o fim, se destaca a necessidade de descompactar os termos que ele lançou com inadvertida e desencaminhadora obscuridade, para melhor atinar com como ele vai em seguida aplicar esses termos de modo viciado.

A qualidade chamada “supraformalidade” diz respeito à distinção entre “forma” e “manifestação”. Essas duas noções, no perenialismo, possuem o sentido de um caráter que vai além do mundo sensível, e por isso mesmo, no seu caráter propriamente metafísico, algo que não pode ser definido. A audiência do Sr. Abdelnor não tem a menor ideia de que esses termos não têm a ver com a linguagem ordinária. No guenonismo a “manifestação” é quanto se associa ao que é menos carregado de universalidade do que o “centro”, a concentração total de possibilidades. Já a “forma” significa uma descontinuidade, dentro do plano da manifestação e em relação ao centro, ao menos potencial, que não é de tipo puramente qualitativo, e sim quantitativo. O “centro” pode ser descrito como o “sol” e como o “assento divino”, o plano da manifestação não formal como os diversos raios emitidos do sol e como o “domínio angélico”, e a forma pode ser descrita como a luz emitida pelo sol em contraste com o plano no qual é projetada. Disso decorre que, no jargão perenialista, a ideia de “divinização”, que aliás não é significativamente distinta da noção católica da participação na vida divina supraterrestre, significa em essência a participação no “sol” ou apreensão aperfeiçoada do seu caráter, isto é, da totalidade de possibilidades.

A ideia de divinização perenialista não pode ser transposta para o jargão católico por uma série de motivos. Em primeiro lugar porque o uso católico, que parece decorrer da própria revelação, é o se esquivar da definição da divindade, e portanto o retratar a divindade simbolicamente (como uso) tem mais a ver com o domínio litúrgico ou impetratório do que com o domínio teológico. Em segundo lugar, porque a qualidade do que é “divino”, no perenialismo, decorre do seu correspondente (por exemplo) na tradição hindu, que não tem um equivalente estrito dessa qualidade em sentido ocidental, nem tampouco a noção de uma pessoa divina literal. No Oriente essa qualidade significa o “sol”, como no simbolismo previamente indicado; no Ocidente essa qualidade a um tempo pode conotar uma noção mais desprovida ainda de determinação positiva superficial (São Gregório Nazianzeno etc.), de um lado, e de outro uma noção associada ao domínio histórico, conforme seja a conotação de tipo esotérico ou exotérico. A divinização de que fala o perenialismo, portanto, consiste (desde uma transposição analógica e suprassensível) na apreensão máxima de possibilidades; que supõe um caráter tanto mais auto-evidente porque qualquer um consegue ver que é possível ter uma apreensão degenerativa de possibilidades. A possibilidade desse tipo de apreensão é contínua com as sugestões tomistas deixadas a respeito de Maria, a saber, entre outros, a tese de que a saudação angélica significou o transcender o domínio angélico da parte da Virgem; em adição à tese de Maria não se poder dizer que possuía uma virtude espiritual em detrimento de alguma outra (como a concentração solar em relação às diferentes emissões potenciais a que dá ocasião). Os anjos, até mesmo desde a etimologia dos seus nomes, se associam a qualidades determinadas, enquanto Maria Sempre Virgem não se associa a nenhuma qualidade específica, o que é aludido no ser ela associada por São Luiz Montfort à noção de “segredo dos segredos do Rei”. O segredo alude à indeterminação. Disso decorre que a noção de “divinização” não é, estritamente, aquilo primeiro sugerido. [Em adição a isso se pode acrescentar que o próprio Santo Afonso de Ligório, um dos principais escritores marianos, rejeitou a ideia de que Maria se associe de modo inequívoco à qualidade da “misericórdia”; porque ele propôs como respeitável algum relato miraculosos a respeito de Maria como instrumento da punição ofensiva de pecadores.]

Diz o Sr. Abdelnor ao minuto 23:15: “Então… o gnóstico; ele não aceita como é possível que o mal opere [sic]. Ele não consegue aceitar isso. Como é possível haver desordem na hierarquia do bem; como isso pode de algum modo ser possível que aconteça? E ele fica instigado com isso de algum modo. Como é possível que exista a possibilidade de ter desordem na hierarquia dos bens; ter privação dos bens; dos bens serem perecíveis? Das coisas serem caducas, da nossa saúde se deteriorar? Dos nossos bens serem tão transitórios e passageiros? De nós estarmos sujeitos a inúmeros males físicos, psíquicos? (…) A resposta que ele encontra então, ele eleva o mal na verdade à ordem do ser, ele recusa a analogia do ser, que é o que nós falamos; de que as criaturas elas são análogas a Deus; então elas têm algo de semelhante, algo que revela Deus; e ao mesmo tempo algo que as distingue de Deus. Ele vê nisso, de algum modo, a origem do mal. Justamente porque ele que: ‘Como pode existir algo além do absoluto? Como pode haver outro que se distingue dAquele que sumamente é?’ Então ele fala ‘Onde é que está o mal? O mal está na contingência. O mal está na relatividade. O mal está na criação.’ Então é um ‘non serviam’ [‘não servirei’ diabólico] pra cima. Então a ideia que ele conclui é ‘O absoluto não pode conter nele o princípio de maldade que se manifeste no mundo, né?’ E também o livre- arbítrio das pessoas (essa é uma explicação que é até bem bastante tola, tanto do ponto de vista católico é bastante tola): por que existe mal no mundo? Por causa do livre-arbítrio. Não é? Essa é uma explicação tola, porque o livre-arbítrio para o mal já é um defeito da liberdade. Já é um defeito. Como é que pode haver o livre-arbítrio se defeccionar [sic]? Isso não responde a pergunta. Nós não temos como conhecer de modo profundo a origem do mal, a justificativa do mal, porque o mal não tem inteligibilidade; se ele tivesse ele seria o bem. O mal não tem ser, se ele não tem ser, ele não tem uma inteligibilidade, ele não tem ordem. Então buscar a razão do mal, buscar haver uma razão do mal é algo que não nos cabe, nós só vamos saber no Juízo. “

Se essa arrebatada pejorativação do perenialismo parece carecer de clara articulação, é justamente porque o Sr. Abdelnor carece da mais elementar advertência a respeito do que seja a linguagem perenialista, e mesmo a linguagem filosófica no seu curso natural. Associar o mal à contingência (ou relatividade) é justamente reconhecer a “analogia do ser” ou associar o mal a esta noção, de vez que o caráter analógico das coisas não divinas significa o caráter relativo delas (a sua descontinuidade analógica em relação a Deus sendo apenas isso, a sua contingência, e nada mais). Isso não significa elevar o mal à ordem do ser; um tal desvio necessariamente (isto é, como propriedade e não acidente) requereria a tese segundo a qual a contingência está separada do seu princípio, possui um caráter independente e não se comunica consigo; uma noção que é inteiramente estranha à intenção perenialista, além de ser uma noção que o perenialismo se notabilizou por rejeitar. Não se trata portanto que o perenialismo proponha a ideia de que o mal esteja na criação; e sim que o perenialismo proponha a ideia de que a criação deveria servir como uma matriz iniciática, não se limitando a servir como substrato tendendo à esterilidade no oferecer sugestões qualitativas. Isso não tem a ver com a recusa em servir a Deus.

Sobre o livre-arbítrio, René Guénon, até onde sei, jamais atribuiu o mal ao livre-arbítrio; e o ponto de vista desde o qual uma tal proposição poderia ser lançada não tem nada a ver com o ponto de vista perenialista. Em verdade, uma pessoa familiarizada com o guenonismo não pode deixar de ouvir esse tipo de sugestão sem recuar com horror. É significativo do preparo do Sr. Abdelnor que ele não tenha sido cauteloso a respeito de sugerir tais impressões, incluso porque uma tal linguagem equivale a um mal-retratar até mesmo a doutrina gnóstica de Valentim, e outros heresiarcas do cristianismo primitivo.

Diz o Sr. Abdelnor ao minuto 26:44: “A origem do mal: é isso que os gnósticos se instigam. A origem do mal. Como isso pode coexistir? Como pode haver isso? Daí ele conclui que o mal na verdade não existe. O mal então é o fruto de uma inconsciência, de uma limitação de consciência própria da finitude, própria da contingência. no fundo ele conclui então que não há outra coisa senão o absoluto. Não há nada além do absoluto, todo o resto são emanações, são manifestações desse absoluto. E é disso que vem o perenialismo.”

Primeiro a audiência foi exposta à noção de que o gnóstico é perverso porque “eleva o mal na verdade à ordem do ser”, e porque para o gnóstico “O Mal está na criação”. Cerca de três minutos e meio depois o problema é que o gnóstico propõe que o mal não existe de todo, e que portanto o mal é completamente estranho à ordem do ser, e portanto à criação. O fato de que nenhuma atenção explícita foi endereçada a essa aparente contradição só supera no instigar admiração o fato de que associar o mal a uma “limitação de consciência” de modo nenhum corresponde de modo legítimo ao ponto de vista guenoniano. A consciência é uma modalidade do estado do ser humano, por isso longe de ser um elemento iniciático principial, é ela mesma uma “limitação” e um fenômeno contingente, cuja satisfação ou plenitude nada tem a ver com a iniciação propriamente. A atribuição irreal do Sr. Abdelnor, e o modo como ele está bem pouco advertido em aparência de que é uma atribuição caricatural, são ilustrações significativas do verdadeiro sentido da palestra.

Sobre Pedro Henrique de Lima

Pedro Henrique de Lima, residente em Belo Horizonte, Minas Gerais; cursou disciplinas de Ciências Sociais da Universidade Federal de Minas Gerais e outros cursos com notoriedade. Em seus estudos ele especializou-se em disciplinas da lógica. O autor-professor oferece o exame, desde várias disciplinas e perspectivas, de temas relevantes.
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2 respostas para Comentário ao vídeo de André Abdelnor (sobre perenialismo)

  1. Fernão disse:

    Pedro, tu escreves: “Não se trata portanto que o perenialismo proponha a ideia de que o mal esteja na criação; e sim que o perenialismo proponha a ideia de que a criação deveria servir como uma matriz iniciática, não se limitando a servir como substrato tendendo à esterilidade no oferecer sugestões qualitativas. Isso não tem a ver com a recusa em servir a Deus.” Isso tem conexão com a antiga ideia medieval de q Deus escreveu dois “livros”, sendo o primeiro deles o mundo visível, e o segundo as Escrituras propriamente ditas, ou eu entendi errado? pq, de fato, se Deus é criador dos céus e da terra, parece-me uma ideia até óbvia q ele criou o mundo como um reflexo de si mesmo, de modo q pela consideração da criação necessariamente se chegaria a uma compreensão mais ou menos suficiente ou satisfatória do próprio Deus (sugestões qualitativas, segundo tuas palavras)… S. Paulo alude a essa ideia, não? q pelas coisas visíveis pode o homem chegar ao conhecimento das invisíveis, e do mesmo Deus (é claro, na medida em q o intelecto humano possa comportar esse conhecimento). Foi isso mesmo q quiseste dizer ou eu entendi mal o texto? se o foi, parece-me tão absurdo negá-lo q tal chega até a ser uma heresia, não? Um abraço e fica com Deus!

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